O Sindicatos dos Arquitetos e Arquitetas Urbanistas no Estado de São Paulo (SASP) se solidariza com a população do litoral norte de São Paulo que sofreu com os desastres causados pelas intensas chuvas que atingiram a região no último fim de semana.
Foram eventos atípicos que demonstraram a emergência das cidades diante da crise climática e da produção capitalista da cidade, onde a apropriação privada do território, em detrimento do interesses e das necessidades coletivas, urbanas e ambientais, ampliam os problemas da falta de infraestrutura adequada para todos. Foram vidas que não voltam mais, famílias desestruturadas, infraestruturas básicas arruinadas, enfim, mais das nossas tragédias urbanas.
Nos próximos anos será de fundamental importância rever nossas práticas na produção das cidades, diante da progressiva mudança climática, para evitar que nossas respostas, muitas vezes tardia, se limitem a ações emergenciais pós catástrofe. Para cuidar das áreas de risco são necessárias ações estruturais de curto, médio e longo prazo, a criação de organismos intermunicipais e a contratação de profissionais de carreira como arquitetos, engenheiros, geólogos, topógrafos, biólogos, dentre outros.
Será de fundamental importância que os municípios tenham no seu corpo técnico esses profissionais, bem-preparados e adequadamente capacitados, nesse sentido é urgente a aprovação da carreira de estado para essas profissões, as únicas que podem realmente proteger melhor nossas cidades das catástrofes ambientais e das consequências da exploração privatista do território pelo mercado.
Não estamos falando mais dos riscos que somente uma parcela da população convive, aquela população que é sempre a mais afetada pela desigualdade econômica e territorial, mas sim dos riscos que todo mundo passa a sofrer com as mudanças climáticas e o despreparo das cidades no seu enfrentamento.
É certo que cenas como essas voltarão a se repetir, o que devemos decidir é se queremos ou não estar preparados.
Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil