Para combater as desigualdades, estimular a participação popular e, também, colocar o profissional de arquitetura e urbanismo como uma figura transformadora dos espaços sociais, o cooperativismo vem como uma ferramenta de união entre a categoria e a sociedade.
Na mesa que iniciou o segundo dia do Seminário Nacional FNA de Arquitetura e Urbanismo em São Paulo, o mediador, vice-presidente da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), Maurilio Chiaretti, liderou o debate “Trabalho Digno é Direito Humano”. “Precisamos aprofundar e reformular as relações de trabalho. Escolhemos o cooperativismo, pois buscamos a distribuição igualitária dos resultados.”
Victor Chinaglia, apresentou a Cooperativa Braço Forte, reforçando a importância da união entre os trabalhadores da construção. “A cooperativa precisa ter uma relação totalmente humana, de respeito entre as pessoas. Uma fábrica sem empregados não existe, mas uma fábrica sem patrão é uma cooperativa. O cooperativismo é filho da necessidade, vítima do atraso monopolista.”
Denis Oliveira de Souza Neves, da cooperativa Arqcoop +, tratou sobre a relevância da ação dos profissionais da arquitetura e urbanismo dentro de seus territórios. “Desde o início da cooperativa buscamos engajar o trabalho do arquiteto junto à sua comunidade, aprimorando o seu espaço, seu bairro. Partimos da perspectiva de potencializar o pertencimento e a apropriação das cidades como um responsabilidade social de todos.”
Encerrando a mesa, Edvaldo Gonçalves de Souza, da Cooperativa Bloco da Rua, falou sobre a quebra de preconceitos com a população em situação de rua. “Resolvemos criar uma cooperativa atípica. Queremos mostrar que cooperativa para os moradores de rua não é apenas reciclagem. Antes de chegar na situação de rua, muitos tinham uma profissão. Por que não fazer uma cooperativa de serviço, mão de obra, construção civil?”, questionou.
Os palestrantes também abordaram as dificuldades e desafios iniciais, como a formação técnica, o fluxo de caixa, as questões jurídicas e contábeis. Neste espaço, o projeto Trabalhadores Articulados em Benefícios da Arquitetura (T.A.B.A) entra como um orientador sobre a profissão, suas atribuições e atuações.
Foto: Judy Wroblewski